Um dos critérios que mais influencia o valor e a durabilidade de um tapete persa é a sua densidade de nós. Esse índice indica quantos nós foram dados manualmente por área (geralmente por decímetro quadrado ou por polegada quadrada). Quanto maior a densidade, mais detalhado e resistente é o tapete.
v Baixa densidade (até 120 mil nós/m²): comum em tapetes tribais e nômades, com desenhos geométricos mais simples.
v Média densidade (120 a 300 mil nós/m²): tapetes urbanos bem trabalhados, com flores, arabescos e medalhões mais nítidos.
v Alta densidade (acima de 400 mil nós/m²): peças finas e sofisticadas, como as de Tabriz, Qom, Isfahan e Nain, capazes de apresentar detalhes minuciosos comparáveis a pinturas.
v Durabilidade: maior densidade = tapete mais resistente ao uso diário.
v Detalhe artístico: desenhos ficam mais delicados e realistas.
v Valor de mercado: tapetes com alta densidade são mais valorizados e procurados por colecionadores.
A densidade de nós é, portanto, um verdadeiro selo de qualidade na tapeçaria persa, revelando o tempo, o trabalho e a maestria investidos na criação de cada peça.
Cada nó do tapete é dado à mão pelo artesão. A densidade de nós mede quantos nós existem em uma determinada área do tapete. É como medir a resolução de uma tela: quanto mais pontos, mais nítido é o desenho.
1. Pegamos uma régua e medimos 1 cm na horizontal.
2. Contamos quantos nós cabem nesse espaço.
3. Fazemos o mesmo na vertical (1 cm).
4. Multiplicamos os dois valores.
v 20 nós na horizontal × 20 nós na vertical = 400 nós por cm².
v Como 1 cm² tem 100 mm², convertemos para a medida tradicional: 40.000 nós por decímetro quadrado.
Assim, se dissermos que um tapete tem 300 mil nós por m², significa que ele foi tecido com muito mais precisão e detalhe do que um tapete com 90 mil nós/m².
Exemplo comparativo:
v Um tapete de baixa densidade é como uma foto em baixa resolução – o desenho é mais simples.
v Um tapete de alta densidade é como uma foto em alta resolução – o desenho fica cheio de detalhes e de maior qualidade de imagem.
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O termo Bokhara é bastante usado no mercado de tapetes, mas originalmente se refere a tapetes produzidos pelos povos turcomanos da Ásia Central. Entre eles, a tribo Tekke é considerada a mais importante e a principal responsável pelo estilo que hoje chamamos de Bokhara.
· Os Tekke eram um dos maiores clãs turcomanos, habitando principalmente a região do atual Turcomenistão e partes do Uzbequistão.
· O nome “Bokhara” vem da cidade de Bukhara (atual Uzbequistão), um importante centro de comércio na Rota da Seda, onde os tapetes dos Tekke eram vendidos. Por isso, no Ocidente, eles ficaram conhecidos como “Bokhara”, mesmo que fossem tecidos fora da cidade.
v Desenho: o motivo mais famoso é o chamado "gul Tekke", uma forma octogonal repetida em fileiras por todo o campo do tapete. Esses símbolos são de origem tribal, servindo quase como um “brasão” da tribo.
v Cores: predominância do vermelho profundo (obtido de corantes naturais como a raiz da rúbia) combinado com preto, marfim e às vezes azul.
v Materiais: lã de alta qualidade, fiada à mão. Muitos exemplares antigos tinham base (urdidura) de lã ou até de algodão.
v Formatos: além de tapetes, os Tekke produziam enjolras, portas de tendas, bolsas de sela e outras peças utilitárias, pois eram nômades.
v No século XIX, os Bokhara Tekke já eram altamente valorizados na Europa, trazidos por comerciantes russos e britânicos.
v O design simétrico, a suavidade da lã e a elegância do padrão tornaram-nos extremamente populares.
v Muitas peças antigas (do século XIX) hoje estão em museus e coleções privadas, com alto valor histórico e artístico.
v Até hoje, o padrão Bokhara Tekke é reproduzido em vários países (Paquistão, Irã, Afeganistão), embora os exemplares autênticos dos Tekke turcomanos sejam os mais valorizados.
v São considerados tapetes de prestígio, símbolo de status e tradição, tanto no Oriente quanto no Ocidente.